sexta-feira, 2 de setembro de 2011

MÍDIAS DIGITAIS - PALESTRA MUDA CONQUISTA PÚBLICO


VANESSA FRANZOSI | SUCURSAL DA SERRA - ZERO HORA 02/09/2011

Para prender a atenção de cerca de 4 mil participantes do Festival Mundial de Publicidade, nenhuma palavra e muita música para a geração Y. Com a fórmula, o publicitário Dado Schneider atraiu e conquistou o público ontem em Gramado.

Sem falar nenhuma palavra por meia hora, ele apenas contou com frases escritas em telões e música pop internacional e psy, como de Lady Gagga e David Guetta, para chamar atenção a novas formas de trabalho e de como lidar com o futuro consumidor.

Depois de animar os jovens, as palavras foram faladas, e a geração das mídias sociais, público do festival, soube que cada vez mais os consumidores não serão fiéis, e se prenderão por algo “enquanto estiver bom”.

– A era de vínculos está no século passado. O século 21 é do ficar. Mesmo bem servido, se o consumidor tiver estímulos, ele vai experimentar novidades sem culpa – ensinou.

As provocações do palestrante foram além do trato com os clientes. Para ele, a tecnologia deve ser o meio, não o fim, sendo necessário provocar mais emoções.

Marcas conversam com o público - JOANA COLUSSI | GRAMADO

Festival de Publicidade de Gramado, que se encerra hoje, discute como a propaganda promove um ciclo de relações humanas.

A essência da propaganda continua a mesma: produção de conteúdo que seja percebido pelos consumidores. No entanto, as mudanças nas relações humanas provocadas pelas mídias digitais fizeram com que as marcas passassem a conversar com o público de maneira rápida e poderosa.

Ocomportamento ditado pela troca de opiniões na rede é identificado entre os cerca 4 mil participantes da 18ª edição do Festival Mundial de Publicidade, que se encerra hoje em Gramado. Seja durante as palestras ou nos espaços livres do Serra Park, estudantes e profissionais da comunicação permanecem conectados para postarem impressões sobre o evento.

– Acho importante compartilhar que estou aqui, falando sobre o que achei interessante ou não – contou a estudante da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) Amanda Borsatti, 20 anos, enquanto assistia a uma palestra e postava um tweet de seu tablet.

Em meio à multiplicação de plataformas digitais, onde impressões são divididas com milhares de pessoas, as marcas são cada vez mais desafiadas a envolver esse público.

– A propaganda tornou-se um ciclo baseado nas relações humanas. Todo mundo tem mais poder, a marca está mais na vitrina, tanto para ser elogiada ou criticada – afirmou o gaúcho Guga Ketzer, sócio e vice-presidente de criação da Loducca

A expansão das informações em meio a diferentes plataformas também foi tema de discussão no painel “Jornalismo na era digital”.

– A meta constante é a complementaridade dos conteúdos, para extrair o máximo de cada mídia e fazer com que elas interajam entre si – afirmou o diretor-geral de Produto do Grupo RBS, Marcelo Rech.

O jornalista comparou os resultados das duas edições do projeto O Brasil de Bombachas, desenvolvido pela primeira vez em 1995, pelo repórter de ZH Carlos Wagner, quando a internet ainda não tinha chegado ao país. Em 2011, 16 anos depois, quando o projeto foi repetido, o compartilhamento começou no dia em que a equipe saiu a campo, por meio de uma página no Facebook.

– Desta vez tudo virou história, pois o conteúdo migrou para várias plataformas. O impacto é maior, o jornalismo é melhor – concluiu Rech.

Apesar da disseminação dos meios digitais, o colunista de O Globo Ricardo Noblat ponderou que o papel do jornalista continua sendo fundamental para a propagação de informações.

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