sábado, 29 de outubro de 2011

O NOSSO DAMIÃO




Conheça o mais novo integrante da família.

Num dia deste, estava caminhando na calçada da Rua Quintino Bocaiuva em Porto Alegre quando o meu cachorro da raça akita, que uso como personal-dog para baixar a barriga, achou e pegou na boca um filhote de pardal comum silvestre.

Assim que eu mandei, ele entregou para mim o animalzinho que parecia ter caído do ninho. Coloquei no chão e vi que não conseguia voar. Estava assustado e ficou assim colado junto à mureta da calçada.

Chamei meu filho para pegá-lo, pois estava com o cão. Começamos a tratá-lo com alimentação apropriada e ele já começa a se fortalecer, pronto para a hora de partir.

A propósito: gostamos de pássaros livres, leves e soltos. Assim que ele conseguir voar, as janelas estarão abertas.

Deixará saudades...

Veja as fotos:






sexta-feira, 21 de outubro de 2011

GRE-NAL DA VERGONHA

DAVID COIMBRA, zero hora 21/10/2011


O pior lado da rivalidade Gre-Nal causou, ontem, um prejuízo incalculável a Porto Alegre e ao Rio Grande do Sul. A perda da Copa das Confederações e a diminuição da importância da participação da cidade na Copa do Mundo situam-se muito além das meras e mesquinhas questões esportivas.

A não participação na Copa das Confederações talvez seja ainda mais grave do que a tímida participação na Copa do Mundo. A seleção uruguaia provavelmente jogaria em Porto Alegre, trazendo junto 40 ou 50 mil turistas uruguaios. Imagine-se um jogo entre Uruguai e Espanha, por exemplo. Imagine-se a Alemanha ou a Itália jogando no Estado. Imagine-se o lucro da rede hoteleira, dos taxistas, dos bares e restaurantes, da cidade inteira com recursos diretos e indiretos e também com a projeção internacional.

Porto Alegre não abocanhará esse quinhão.

Por quê?

Por causa da nefanda grenalização de tudo o que ocorre no Rio Grande do Sul. Assim como a rivalidade Gre-Nal já fez Grêmio e Inter conquistarem o mundo, faz, também, às vezes, com que gremistas e colorados sabotem-se mutuamente quando têm de se unir. No caso específico, gremistas e colorados deveriam ter se unido lá atrás, quando começaram as tratativas para a cidade ser uma das sedes da Copa do Mundo e da Copa das Confederações.

As lideranças do Estado, o governador, o prefeito, o presidente da Federação, os presidentes dos clubes, deputados, senadores e vereadores, as lideranças todas deveriam ter conversado com responsabilidade, seriedade e ponderação sobre o que Porto Alegre deveria e poderia fazer para ser uma boa sede para as competições.

Mas isso não foi feito. Ao contrário, houve uma rala disputa Gre-Nal para sediar a Copa, e essa disputa ainda não acabou. Colorados se apressaram em apresentar sua candidatura, gremistas trabalharam nos bastidores contra a candidatura colorada, jamais houve uma união em torno de um objetivo, jamais houve uma discussão desapaixonada e adulta do tema. É a grenalização tosca, superficial e, o pior de tudo, pouco inteligente.

Não há mais tempo de salvar o que se perdeu. Mas ainda há tempo para que não se perca ainda mais. Desde que haja um pouco, só um pouco, de bom senso.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

31ª COXILHA NATIVISTA - MATE COM A SANTINHA

31ª Coxilha Nativista - 2011

MATE COM A SANTINHA - composição vencedora da Fase Local e escolhida a Mais Popular do Festival.

Letra: Leandro Ribeiro
Música: Leandro Ribeiro
Intéprete: Dartagnan Portella


terça-feira, 11 de outubro de 2011

TEATRO, TRATAMENTO DE CHOQUE CONTRA A TIMIDEZ

"O teatro foi um tratamento de choque" - Daniel Costa, 36, ator - FOLHA.COM, EQUILÍBRIO E SAÚDE, 11/10/2011 - 08h32

Fui tímido desde os seis anos até a adolescência, hoje não me considero. Eu queria passar batido, ficava com o ombro fechado, meio corcunda. Era um casulo.

Não fazia amizades, observava os outros. O contato mais próximo era só na hora de fazer trabalho de escola.

A timidez não me deixava nem tirar dúvida de matemática, era muito sofrido. Lembro de um trabalho de ciências: todo mundo tinha que apresentar lá na frente. Eu tremi, suei. Riram da minha cara. Naquele dia eu tive consciência de que a timidez me prejudicava.

Com 17 anos me matriculei no teatro. Tive medo no primeiro exercício. Mas a primeira aula foi um nascimento.

Demorei para ter um relacionamento, foi só no teatro. Antes, era só coisa platônica.

O teatro foi um tratamento de choque. Quando você se dá conta, vê que está estreando uma peça para 50 pessoas. Uma hora dá de cara com plateia de mil pessoas.

No meu caso, a timidez me deu sensibilidade para olhar os outros. Pude trabalhar a introspecção através da arte.

Apesar de estar mais desinibido, ainda tenho um pé atrás com novos amigos, relacionamentos, trabalho.

Hoje deve ser ainda pior para o tímido. Não dá para se isolar: se você está em casa, precisa estar online.


Timidez também tem suas vantagens, dizem especialistas - GUILHERME GENESTRETI, DE SÃO PAULO - 11/10/2011 - 07h36

Em um mundo que não para de falar, ser tímido é quase ser doente. Na escola, a participação em aula vale nota; no trabalho, a vaga depende da dinâmica de grupo.

Está mais difícil cultivar o temperamento "para dentro". Dê um Google e veja: "perder a timidez" e "vencer a timidez" lideram as buscas sobre o tema.

"Nossas instituições estão montadas para acomodar o talento dos extrovertidos. O introvertido fica de lado, gastando energia na tentativa de ser diferente", diz a autora americana Susan Cain.

Tímida confessa, ela diz que graças a isso pôde formar alianças e negociar, nos sete anos em que advogou para grandes corporações.

"A impressão de que ser tímido é uma desvantagem não é verdadeira", disse Cain à Folha. "Para ser criativo, você deve tolerar a solidão."

Ela diferencia timidez e introversão: uma é o medo de julgamento social e atinge metade das pessoas; outra é a preferência por ficar em lugares tranquilos e com poucos estímulos, tendência encontrada em cerca de um terço da população, segundo as estimativas da autora.

Hoje, Cain mantém um blog com pesquisas sobre o "poder dos introvertidos" e se prepara para lançar o livro "Quiet" (quieto) nos EUA.

Em artigo publicado em junho no "New York Times", Cain afirmou que tímidos e introvertidos correm menos risco de ser internados, de se envolver em acidentes e são predispostos a aprender e a manter uma relação afetiva.

Ainda assim, conclui, timidez e introversão dividem o mesmo status depreciativo.

"NETWORKING"

Nos últimos cinco anos, aumentou a preocupação dos pais com a timidez dos filhos, na percepção da pedagoga Maria Claudia Poletto.

"Eles acham que serão chamados à escola só porque o filho é tímido, como se fosse um comportamento errado."

Aluno falante nem sempre é bom, lembra ela. "Quem fala muito fala besteira. Para se colocar no grupo, tem que falar algo pertinente."

Essa pressão é reflexo das exigências sociais na escola. "Os pais transportam para a vida das crianças o que é importante para eles. Acham que dormir na casa do amiguinho é 'networking'."

O professor de expressão verbal Reinaldo Polito estima atender 1.600 alunos anualmente no curso que leva seu nome e nas outras instituições onde que leciona. Uns querem se desinibir, outros querem perder o medo de falar em público.

"A pessoa está condenada a falar bem", afirma Polito. "Tudo, hoje, leva a pessoa a interagir." Para falar bem, seus alunos aprendem a contar histórias e a fazer as perguntas "certas", capazes de alimentar uma conversa.

"Num processo seletivo, o candidato será avaliado pela forma como se comunica, já que formação não é mais o diferencial."

MEDO DE CONTATO

O agente fiscal Alexandre de Aguiar Júnior, 28, prestou concurso público para fugir das entrevistas de emprego. "Gaguejava, ficava vermelho, suava", conta.

Suas dificuldades não acabaram. "Durante o dia preciso ficar falando ao telefone o tempo todo. Se pudesse, teria um trabalho que não exigisse falar com ninguém."

Casos extremos podem se enquadrar no diagnóstico de fobia social. O medo da avaliação externa é tanto que a pessoa evita o contato social.

Para tratar a fobia, o terapeuta pode, aos poucos, expor o paciente a situações sociais que ele teme.

Timidez não é doença, e sim estilo, reforça a psicanalista Norma Semer. Segundo ela, o tímido ainda leva uma vantagem em relação aos desinibidos: ele pensa bem antes de decidir, é mais cuidadoso. "Agir sem pensar é um perigo. Leva a uma falta de consideração pelo outro e pela realidade."

O universitário Haiser Ferreira, 22, acredita que sua introspecção o torna mais sensível ao sofrimento alheio. "Ouço mais do que falo."

Haiser conheceu a namorada pela internet, em uma comunidade de tímidos, moderada por ele. "É mais fácil fazer amigos lá, as pessoas não estão te vendo e são parecidas com você."


PERCA A VERGONHA

CURSO REINALDO POLITO - Aulas práticas e teóricas para combater a inibição e o medo de falar em público. Doze aulas de três horas, uma vez por semana. A matrícula e as três mensalidades custam R$ 1.050 cada uma. www.polito.com.br

INSTITUTO FALEBEM - Aulas de oratória e desinibição. Duas aulas de oito horas aos sábados ou quatro aulas de quatro horas durante a semana. Quatro parcelas de R$ 143,75. www.institutofalebem.com.br

ESCOLA RECRIARTE - Usa técnicas teatrais de expressão verbal e corporal para desinibir o aluno. Aulas semanais de três horas por nove meses. A matrícula custa R$ 150, mais dez mensalidades de R$ 160 cada uma. www.escolarecriarte.com.br

TEATRO-ESCOLA MACUNAÍMA - Jogos e improvisações teatrais. Aulas semanais de três horas por dois meses. Duas parcelas de R$ 188. www.macunaima.com.br

TEATRO-ESCOLA CÉLIA HELENA - Aulas de interpretação e técnicas de expressão corporal e vocal. Aulas semanais de três horas de três a quatro meses. Mensalidades custam R$ 270. www.celiahelena.com.br

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A DIFERENÇA ENTRE RICOS E POBRES


Veja a Diferença entre os Ricos X Pobres. Na realidade rico não é rico por que tem dinheiro, mas porque tem um espirito totalmente diferente dos pobres. A consequência é ter mais dinheiro. Mega Virtual.

- O rico acredita que pode moldar o seu destino. O pobre acredita que o destino acontece.

- O rico assume o compromisso de ser rico. O pobre gostaria de ser rico.

- O rico entra no jogo do dinheiro pra ganhar. O pobre entra no jogo do dinheiro pra não perder.

- O rico usa juros a seu favor. O pobre usa juros contra ele mesmo, porque quer tudo pra agora.

- O rico admira pessoas ricas e as toma como exemplos. O pobre detesta pessoas ricas e as toma como exemplos de mau caráter.

- O rico se aproxima de indivíduos bem-sucedidos. O pobre prefere amigos que, como ele, passam dificuldades financeiras e são fracassados.

- O rico diz “como posso ter isso”? O pobre diz “não posso ter isso”.

- O rico estuda investimentos e faz planos. O pobre diz que “não tem tempo para estas coisas”.

- O rico é um ótimo recebedor. O pobre é um péssimo recebedor.

- O rico paga a si mesmo primeiro. O pobre paga aos outros primeiro.

- O rico prefere ser remunerado pelos resultados. O pobre prefere ser remunerado pelo tempo dispendido.

- O rico foca no patrimônio líquido. O pobre foca no rendimento mensal.

- O rico, quando sofre uma adversidade, se pergunta “como posso tirar proveito disso?”. O pobre, na adversidade, se lamenta.

- O rico identifica os ricos pela sua educação financeira. O pobre identifica alguém como “rico” pelos bens materiais que exibe.

- O rico busca a prosperidade financeira. O pobre confunde essa busca do rico com falta de espiritualidade.

- O rico foca na solução. O pobre foca no problema.

- O rico, numa compra parcelada, calcula os juros embutidos e faz contas para decidir se a compra vale a pena. O pobre só observa o tamanho da parcela.

- O rico põe seu dinheiro para trabalhar duro para ele. O pobre trabalha duro pelo seu dinheiro.

- O rico administra bem o seu dinheiro. O pobre deixa a vida o levar.

- O rico tem uma visão realista dos investimentos. O pobre quando investe pensa apenas no curtíssimo prazo e espera lucros absurdos.

- O rico não despreza um rendimento passivo, mesmo que pequeno. O pobre diz “o que adianta botar o dinheiro na poupança se rende tão pouco?”

- O rico age apesar do medo. O pobre fica paralisado pelo medo.

- O rico foca em oportunidades. O pobre foca em benefícios.

- O rico pensa grande. O pobre pensa pequeno.

- Se o rico ganha um valor, em algum tempo o patrimônio terá aumentado. Se o pobre ganha um valor, em algum tempo o patrimônio terá desaparecido completamente.

- Se você tirar todo o dinheiro de um rico, depois de algum tempo ele estará recuperado. Se você tirar todo o dinheiro de um pobre, ele dependerá de outras pessoas para sobreviver.

- O rico diz “tenho que ser rico por causa de vocês, meus filhos”. O pobre diz “não sou rico porque tenho filhos”.

- O rico tem um plano de independência para o futuro. O pobre acha que trabalhar até morrer e depender do governo e dos filhos é um plano razoável.

- O rico diz “posso ter as duas coisas”. O pobre diz “posso ter isso ou aquilo”.

- O rico procura se aprimorar sempre. O pobre acredita que já sabe tudo.

- O rico diz “que lição posso aprender com este erro?”. O pobre diz “desde o começo eu já sabia que não daria certo”.

- O rico encara um fracasso como um aprendizado. O pobre encara um fracasso como um alerta para nunca mais se arriscar.

- O rico fica cada vez mais rico. O pobre fica cada vez mais pobre.


http://www.megavirtual.ganhardinheiroagora.com

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

STEVE JOBS EM STANFORD

Steve Jobs em Stanford (legendado) [parte 1]
Discurso do Steve Jobs para a turma de formandos do ano de 2005 em Stanford





DISCURSO EM STANFORD - http://www.akitaonrails.com - Fonte: Stanford Report, June 14, 2005


"Estou honrado de estar com vocês hoje na sua graduação de uma das melhores universidades do mundo. Eu nunca me formei na faculdade. Verdade seja dita, isso é o mais perto que já estive de uma graduação de faculdade. Hoje eu quero lhes contar três histórias da minha vida. Só isso. Nada de mais. Apenas três histórias.

A primeira história é sobre ligar os pontos.

Ligar os Pontos

Eu larguei a Faculdade Reed depois dos primeiros 6 meses, mas então continuei ao redor por mais 18 meses ou mais antes de realmente largar. Mas por que eu larguei?

Começou antes de eu ter nascido. Minha mãe biológica era uma jovem, não-casada estudante de graduação de faculdade, e ela decidiu me colocar para adoção. Ela sentia muito fortemente que eu deveria ser adotado por pessoas formadas, então tudo estava preparado para eu ser adotado no nascimento por um advogado e sua esposa. Exceto que quando eu apareci eles decidiram no último minuto que eles queriam mesmo uma menina. Então meus pais, que estava numa lista de espera, receberam uma ligação no meio da noite perguntando: “Temos um menino bebê inesperado; vocês o querem?” Eles disseram: “Claro.” Minha mãe biológica descobriu mais tarde que minha mãe nunca se formou na faculdade e que meu pai nunca se graduou do colégio. Ela se recusou a assinar os papéis finais de adoção. Ela apenas cedeu alguns meses depois quando meus pais prometeram que um dia eu iria para a faculdade.

E 17 anos depois eu fui pra faculdade. Mas eu ingenuamente escolhi uma faculdade que era quase tão cara quanto Stanford, e toda a poupança dos meus pais de classe média estava sendo gasto na minha faculdade. Depois de seis meses, eu não conseguia ver o valor nisso. Eu não tinha idéia do que queria fazer da minha vida e nenhuma idéia de como a faculdade iria me ajudar a descobrir. E aqui estava eu gastando todo o dinheiro que meus pais economizaram suas vidas inteiras. Então decidi largar e confiar que tudo daria certo. Foi bem assustador na época, mas olhando para trás foi uma das melhores decisões que já fiz. A partir do momento em que larguei eu pude parar de assistir às aulas obrigatórias que não me interessavam, e começar a assistir às que me interessavam.

Não foi tudo tão romântico. Eu não tinha um dormitório, então eu dormia no chão do quarto de amigos. Eu devolvia garrafas de Coca-cola por 5 centavos para comprar comida e eu andava uns 10km pela cidade todo Domingo à noite para ter uma boa refeição por semana no templo Hare Krishna. Eu adorava isso. E muito do que eu esbarrei em seguir minha curiosidade e intuição acabou se tornando de grande valor mais tarde. Me deixem dar um exemplo:

A Faculdade Reed, naquela época, oferecia talvez a melhor instrução de caligrafia do país. Por todo o campus cada pôster, cada etiqueta em cada armário, era maravilhosamente caligrafada à mão. Por causa de eu ter largado e não precisar mais ver as aulas normais, decidi ter aulas de caligrafia para aprender como fazer aquilo. Aprendi sobre tipos de serifa e sans serifa, sobre variar a quantidade de espaço entre diferentes combinações de letras, sobre o que fazia a grande tipografia grande. Era maravilhoso, histórico, artisticamente sutil de uma maneira que a ciência não consegue capturar, e eu achava fascinante.

Nada disso tinha nem uma esperança de aplicação prática na minha vida. Mas dez anos mais tarde, quando estávamos desenvolvendo o primeiro computador Macintosh, tudo isso voltou para mim. E nós desenhamos tudo isso no Mac. Foi o primeiro computador com tipografia maravilhosa. Se eu nunca tivesse entrado naquela único curso na faculdade, o Mac não teria múltiplos tipos ou fontes proporcionalmente espaçadas. E como o Windows apenas copia do mac, é possível que nenhum computador pessoal tivesse. Se eu nunca tivesse largado, nunca teria entrado naquela aula de caligrafia, e computadores pessoais poderiam não ter a maravilhosa tipografia que têm. Claro, era impossível ligar os pontos olhando para frente quando estava na faculdade. Mas estava muito, muito claro olhando dez anos para trás depois.

Novamente, você não pode ligar os pontos olhando para a frente; você apenas pode ligá-los olhando para trás. Então você tem que confiar que os pontos vão, de alguma forma, se ligar no seu futuro. Você tem que confiar em alguma coisa – sua força, destino, vida, carma, qualquer coisa. Isso nunca me deixou na mão, e tem feito toda a diferença na minha vida.

Minha segunda história é sobre amor e perda.

Amor e Perda

Eu tive sorte – encontrei o que amava cedo na minha vida. Woz e eu começamos a Apple na garagem dos meus pais quando eu tinha 20 anos. Trabalhamos duro, e em 10 anos a Apple cresceu de apenas nós dois em uma garagem para uma empresa de US$ 2 bilhões com mais de 4 mil funcionários. Tínhamos acabado de lançar nossa melhor criação – o Macintosh – um ano antes, e eu tinha acabado de fazer 30 anos. E então eu fui demitido. Como você pode ser demitido da empresa que começou? Bem, quando a Apple cresceu contratamos alguém que eu pensava que era muito talentoso para tocar a empresa para mim, e pelo primeiro ano e pouco as coisas iam bem. Mas então nossas visões de futuro começaram a divergir e eventualmente tivemos uma briga. Daí, nossa junta diretora se junto a ele. Então, aos 30, eu estava fora. E bem publicamente fora. O que tinha sido o foco da minha vida adulta inteira tinha ido embora, e isso foi devastador.

Eu realmente não sabia o que fazer por alguns meses. Eu sentia que tinha decepcionado a geração anterior de empreendedores – que eu soltei o bastão enquanto estava sendo passado para mim. Eu me encontrei com David Packard e Bob Noyce e tentei me desculpar por cagar tão feio. Foi um fracasso muito público, e eu até pensei em ir embora do Vale. Mas alguma coisa começou a crescer em mim – eu ainda amava o que fiz. O andar da carruagem não mudou nem um milímetro na Apple. Eu tinha sido rejeitado, mas eu ainda estava apaixonado. Então decidi começar de novo.

Eu não enxerguei naquela época, mas o fato é que ter sido demitido da Apple foi a melhor coisa que poderia ter acontecido comigo. O peso de ser bem sucedido foi substituído pela leveza de ser um novato novamente, menos certo sobre tudo. Me liberou para entrar em um dos períodos mais criativos da minha vida.

Durante os cinco anos seguintes, eu comecei uma empresa chamada NeXT, outra empresa chamada Pixar, e me apaixonei por uma mulher incrível que se tornaria minha esposa. Pixar acabou criando o primeiro filme de longa metragem animado por computador, Toy Story, e é agora um dos mais bem sucedidos estúdios de animação do mundo. Em uma incrível virada de eventos, a Apple comprou a NeXT, eu retornei à Apple, e a tecnologia que desenvolvemos na NeXT está no coração do renascimento atual da Apple. E Laurene e eu temos uma maravilhosa família juntos.

Tenho muita certeza que nada disso teria acontecido se eu não tivesse sido demitido da Apple. Foi um remédio terrivelmente amargo, mas acho que o paciente precisava disso. Algumas vezes a vida bate na sua cabeça com um tijolo. Mas não perca fé. Você tem que achar o que ama. E isso é verdade tanto para sua vida profissional quanto amorosa. Seu trabalho vai preencher uma grande parte da sua vida, e a única maneira de se sentir verdadeiramente satisfeito é fazendo o que acredita ser um grande trabalho. E a única maneira de fazer um grande trabalho é amando o que você faz. Se ainda não encontrou, continue procurando. Não pare. Como todos os assuntos do coração, você saberá quando encontrá-lo. E, como qualquer grande relacionamento, vai apenas se tornando melhor e melhor à medida que os anos passarem. Então continue procurando até encontrá-lo. Não pare.

Minha terceira história é sobre morte.

Morte

Quanto eu tinha 17 anos, li uma frase que era mais ou menos assim: “Se você viver cada dia como se fosse seu último, algum dia você certamente estará certo.” Deixou uma impressão em mim, e desde então, nos últimos 33 anos, eu olhava no espelho toda manhã e me perguntava: “se hoje fosse o último dia da minha vida, eu gostaria de fazer o que estou para fazer hoje?” E sempre que a resposta era “Não” por muitos dias seguidos, eu sabia que tinha que mudar alguma coisa.

Lembrar que eu estarei morto logo é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a tomar grandes decisões na vida. Porque quase tudo – todas as expectativas externas, todo o orgulho, todo medo de embaraçamento ou fracasso – essas coisas simplesmente padecem em face da morte, deixando apenas o que é verdadeiramente importante. Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço de evitar as armadilhas de pensar que você tem algo a perder. Você já está nú. Não há razão para não seguir seu coração.

Mais ou menos um anos atrás, eu fui diagnosticado com câncer. Eu tinha um scan à 7:30 da manhã, e ele claramente mostrou um tumor no meu pâncreas. Eu nem mesmo sabia para que servia um pâncreas. Os médicos me disseram que era quase certo ser um tipo de câncer que é incurável, e que eu deveria esperar viver não mais do que três a seis meses. Meu médico me aconselhou a ir para casa e deixar as coisas em ordem, que é um código de médico para “prepare-se para morrer”. Significa tentar dizer a seus filhos tudo que pensou que teria os próximos 10 anos para explicar, em apenas alguns meses. Significa ter certeza que tudo está abotoado para tornar as coisas o mais fácil possível para sua família. Significa dizer seus adeus.

Eu vivi com esse diagnóstico o dia todo. No fim do dia eu fiz uma biópsia, onde eles enfiam um endoscópio pela garganta, através do meu estômago até meu intestino, colocam uma agulha no meu pâncreas e tiram algumas células do meu tumor. Eu estava sedado, mas minha esposa, que estava lá, me disse que quando eles viram as células sob um microscópio os médicos começaram a chorar porque acabou sendo uma forma muito rara de câncer pancreático que é curável com cirurgia. Eu fiz a cirurgia e estou bem agora.

Isso foi o mais próximo que cheguei de encarar a morte, e espero que tenha sido o mais próximo por mais algumas décadas. Tendo vivido por isso, eu posso dizer isso a vocês agora com um pouco mais de certeza do que quando a morte era útil mas puramente um conceito intelectual:

Ninguém quer morrer. Mesmo as pessoas que querem ir para o céu não querem morrer para chegar lá. E mesmo assim a morte é um destino que todos compartilhamos. Ninguém nunca escapou dele. E é assim mesmo que tem que ser, porque a Morte é provavelmente a melhor invenção da Vida. É o agente de mudança da Vida. Ela limpa o velho para abrir caminho para o novo. Agora mesmo o novo são vocês, mas algum dia, não muito longe de agora, vocês gradualmente se tornarão o antigo e serão limpados fora. Desculpe ser tão dramático, mas é bem verdade.

Seu tempo é limitado, então não o desperdicem vivendo a vida dos outros. Não sejam amarrados por dogma – que é viver com os resultados dos pensamentos de outras pessoas. Não deixe o barulho da opinião dos outros afogar sua própria voz interior. E mais importante, tenha a coragem de seguir seu coração e intuição. De alguma forma eles já sabem o que você verdadeiramente quer se tornar. Todo o resto é secundário.

Quando eu era jovem, havia uma publicação incrível chamada O Catálogo do Mundo Inteiro, que foi uma das bíblias da minha geração. Foi criado por um colega chamado Stewart Brand, não muito longe daqui, em Menlo Park, e ele trouxe isso à vida com seu toque poético. Isso foi no fim dos anos 60, antes dos computadores pessoais e ferramentas de editoração, então foi tudo feito com máquina de escrever, tesoura e câmeras polaroid. Era algo com o Google em formato de papel, 35 anos antes do Google nascer: era idealista, e transbordando de ferramentas legais e grandes noções.

Stewart e sua equipe lançaram várias edições do Catálogo do Mundo Inteiro, e então, quando chegou ao fim do seu curso, eles lançaram uma edição final. Era no meio dos anos 70, e eu tinha a idade de vocês. Na capa de trás da edição final havia uma fotografia de uma rua de campo de manhã cedo, do tipo onde vocês se encontraria pedindo carona se forem aventureiros. Embaixo estavam as palavras: “Mantenham-se com Fome. Mantenham-se Tolos.” Foi a mensagem de despedida deles quando estavam se desligando. Mantenham-se com Fome. Mantenham-se Tolos. E eu sempre desejei isso para mim mesmo. E agora, como vocês estão se graduando para começar o novo, eu desejo isso para vocês.

Mantenham-se com Fome. Mantenham-se Tolos.

Muito obrigado a todos vocês."

domingo, 2 de outubro de 2011

A FORÇA DO PILATES


O método começa a ser indicado por médicos e ganha espaço dentro dos hospitais para auxiliar na recuperação de males como dor, câncer e doenças neurológicas. Rachel Costa - REVISTA ISTO É N° Edição: 2186, 02.Out.11 - 14:49

No mundo do fitness, a explosão de novas modalidades é uma constante. Mas, normalmente, com a mesma velocidade com que surgem, elas desaparecem após poucos meses. Quando resistem, tornam-se aqueles fenômenos que mudam a história da malhação e a maneira como enxergamos a atividade física. Foi assim com o surgimento da aeróbica, com a expansão da musculação e assim está sendo com o Pilates. Criado pelo alemão Joseph Pilates durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o método rapidamente caiu no gosto dos bailarinos, que o usavam como complemento ao treino. Mas foi só a partir da década de 90 que se popularizou, atraindo milhares de adeptos em todo o mundo e tornando-se a maior revolução do fitness dos últimos anos. Só nos Estados Unidos, primeiro país a receber um estúdio com aulas da modalidade (ministradas pelo próprio Pilates em Nova York), estima-se que cerca de dez milhões de pessoas o pratiquem. No Brasil, não há dados precisos, mas o crescimento pode ser observado pela grande quantidade de estúdios e de pessoas que se confessam fãs do Pilates. “A rápida percepção dos resultados incentiva cada vez mais gente a aderir à técnica”, analisa a fisioterapeuta Solaine Perini, presidente da Associação Brasileira de Pilates. “Isso faz dele o método de condicionamento físico que mais ganha adeptos no mundo.”

As razões para se buscar o Pilates são as mais variadas. Há desde os desejosos de esculpir o corpo (inspirados por celebridades como a cantora Madonna, que credita parte de sua boa forma à técnica) até os interessados em exercícios capazes de ajudar na prevenção ou na recuperação de problemas como dores e lesões. Como anseios tão diferentes cabem dentro de um mesmo método? “Pilates se preocupou em criar uma técnica que trabalha a saúde como um todo”, considera Inelia Garcia, uma das primeiras instrutoras do método no Brasil e hoje dona de um império com mais de 47 estúdios e dez mil alunos espalhados por todo o País. “O corpo torna-se mais forte, flexível e resistente”, diz. “Na parte mental, os exercícios melhoram a concentração e a memória. E o trabalho com a respiração ajuda no controle das emoções”, completa.

A abrangência das lições deixadas por Pilates chama mesmo a atenção. Vem de uma preocupação constante que guiou o seu trabalho: imprimir ciência à técnica. Toda a metodologia de Pilates parte do conceito de “centro de força” (ou power house). O termo, por ele criado, define a região central do corpo humano. “São os músculos da coluna, do quadril, das coxas e do entorno do abdome”, diz Aline Haas, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e instrutora certificada pela Pilates Method Alliance, dos Estados Unidos. “Eles são os flexores e extensores da coluna e do quadril e estão na musculatura profunda da pelve.” De acordo com os princípios preconizados por Pilates, fortalecer essa região é a melhor maneira de garantir uma boa sustentação para o corpo humano.

Ao compreender o trabalho muscular realizado durante os movimentos, Pilates criou exercícios e aparelhos capazes de estimular os músculos, inclusive os mais profundos e em geral pouco acionados no cotidiano. Os resultados são tão impressionantes que têm ocupado o tempo dos cientistas. Parte deles está especialmente interessada em levantar mais do que transformações corporais que o método pode proporcionar. Querem conhecer as suas possíveis indicações terapêuticas.

E o que se descobriu até agora é alentador. Um exemplo: trabalhos demonstram que a técnica pode ser eficaz para a redução das dores, com efeitos animadores em casos de dor lombar e de fibromialgia (dor crônica sem origem aparente, mais comum em mulheres, e sentida em vários pontos do corpo). Um dos estudos pioneiros foi feito no Departamento de Medicina do Esporte e Reabilitação do Instituto Ortopédico Gaetano Pini, na Itália. Os pesquisadores recrutaram 43 pacientes com dor lombar. Parte deles fez Pilates, enquanto os demais foram submetidos ao tratamento da Escola da Coluna (método fisioterapêutico criado na década de 60). Ao fim de dez dias, quem praticou Pilates teve ganhos similares aos da fisioterapia tradicional, mas com uma vantagem: estava muito mais contente. Entre os que tiveram aula de Pilates, 61% declararam-se muito satisfeitos com a terapia, contra 4,5% entre os que foram submetidos à outra técnica.

Corrobora com o trabalho italiano a revisão proposta pelo fisioterapeuta Edward Lim, do Hospital Geral de Cingapura – a primeira sobre o tema. Lim reuniu sete pesquisas de diversas partes do mundo. Todas sobre o efeito do Pilates em pacientes com dores na parte inferior da coluna. A conclusão: o método é realmente válido para tratar o problema. “Mas os exercícios precisam ser estruturados para atender aos variados quadros clínicos dos pacientes”, disse Lim à ISTOÉ.

Como o que ocorre com a dor lombar, o uso da técnica para casos de fibromialgia também vem ganhando respaldo científico. Em especial após a divulgação dos primeiros resultados de uma pesquisa realizada na Universidade de Uludag, na Turquia. A equipe acompanhou 50 voluntárias durante 12 semanas. Divididas em dois grupos, metade das mulheres frequentou aulas de Pilates e as demais foram orientadas a praticar exercícios de relaxamento e alongamento em casa. Enquanto o primeiro grupo relatou melhoras significativas na dor, o segundo teve alterações positivas bem pequenas.

As comprovações têm encorajado médicos a indicar a técnica a seus pacientes. “É um recurso muito útil, em especial nos casos de dor nas costas sem causa específica”, afirma o traumatologista e ortopedista Alberto Mendes, de São Paulo. “Além do alongamento e do equilíbrio postural, o Pilates faz um trabalho de fortalecimento muscular muito positivo, pois ajuda na sustentação da coluna”, diz o médico. O reconhecimento da importância do método também pode ser medido por sua incorporação pela fisioterapia. “Temos uma resolução que ampara o fisioterapeuta no uso do Pilates como recurso terapêutico”, diz Wiron Correia Lima, presidente da Sociedade Brasileira de Fisioterapia.

A chave para entender esses benefícios está em um dos fundamentos preconizados pelo alemão Pilates: o equilíbrio. “Quando as cadeias musculares estão em equilíbrio, há redução da dor”, explica Osvandré Lech, presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia, que também indica o método. Pessoas em busca de redução da dor já formam um grupo comum nos estúdios. “Em 80% dos casos, nossos alunos vêm com esse objetivo”, conta Juliana Takiishi, coordenadora de Pilates do Centro de Bem-Estar Levitas, em São Paulo. Parte deles chega às aulas por conta própria. A outra, por recomendação médica.

O fluxo de pacientes dos consultórios para os estúdios tem inspirado outra tendência: a oferta de Pilates dentro dos próprios hospitais. Na Clínica Mayo, centro de referência médica mundial, localizada nos Estados Unidos, o interesse nos benefícios que a técnica pode oferecer a pessoas doentes é tão grande que a instituição está realizando uma pesquisa para delinear melhor os ganhos obtidos. “Há um grande número de pessoas que tiveram câncer aderindo ao método”, informa a médica Daniela Stan, da instituição americana. A pesquisadora está concluindo um estudo com 15 mulheres, previsto para ser publicado no início de 2012. Durante três meses, as voluntárias participaram de aulas na instituição sob os olhos atentos de Daniela. “Há melhoria dos movimentos no lado do corpo afetado pela doença, assim como maior flexibilidade”, disse à ISTOÉ. “Também notamos melhora no humor e na satisfação com o corpo.”

Outra instituição a oferecer aulas é o prestigiado M. D. Anderson Cancer Center, também nos Estados Unidos. Por lá, pacientes que têm ou tiveram tumor de mama podem usufruir de uma aula por semana, indicada para ajudar no controle dos sintomas, como dor e fadiga. Na Suny Upstate Medical University, em Siracusa (EUA), as indicações são mais amplas. “Usamos para ajudar na reabilitação de pessoas com problemas músculo-esqueléticos”, contou à ISTOÉ Karen Kemmis, fisiologista do exercício e responsável pelo serviço. “Se alguém, por exemplo, sofre com dor no ombro e minha avaliação mostra que essa pessoa não tem um bom controle do movimento nessa região, usamos o Pilates para melhorar os padrões de movimento, prevenindo a ocorrência de mais prejuízos na área”, explicou.

No centro americano, o método é utilizado ainda para auxiliar na reabilitação de portadores de doenças neurológicas. “Entre eles estão indivíduos com doença de Parkinson e que sofreram acidente vascular cerebral”, contou Karen. Nesses casos, além de contribuir para a melhora de movimentos prejudicados, estimula a habilidade de concentração.

A tendência de implementar estúdios em hospitais já começa a ser vista também por aqui. Exemplos são os hospitais Brasil, Integrante da Rede D’Or, e Albert Einstein, ambos em São Paulo. “Usamos como continuidade do tratamento ortopédico em pacientes que tiveram alta”, explica a fisioterapeuta Simone Przewalla, do Albert Einstein.

A instituição atende em média 20 pessoas por mês. “É uma atividade segura, que preserva bastante as articulações”, acrescenta Simone. A equipe responsável pelas aulas é formada apenas por fisioterapeutas. E o cuidado é intenso. “O médico nos manda uma carta dizendo o que o paciente tem, o que ele não pode fazer e quais objetivos devem ser atingidos”, diz a fisioterapeuta Marta Cordeiro Pereira, do Hospital Brasil. No Rio de Janeiro, a técnica está na lista das atividades sugeridas pela Clínica Cardiomex, coordenada por médicos especializados em medicina do esporte e cardiologia. “Entre outros benefícios, o Pilates reduz o estresse”, diz a cardiologista Isa Bragança.

Mas não só o uso clínico do método tem merecido atenção dos cientistas. Responder a perguntas ainda não esclarecidas na área do fitness também é objeto frequente das pesquisas. Quem busca o Pilates apenas como uma forma de malhação vê na prática um modo de ganhar força e flexibilidade. E, claro, melhorar a definição da área abdominal. Mas será que isso pode mesmo ser atingido? De acordo com os pesquisadores que têm se dedicado a estudar a prática, sim. E a boa notícia é que os resultados aparecem pouco depois das primeiras aulas. Foi a conclusão à qual chegaram pesquisadores do Centro de Saúde da Turquia. Ao acompanhar um grupo de 38 mulheres sedentárias, eles perceberam que cinco semanas após o início das aulas o corpo já respondia aos estímulos dados pelos exercícios. Nas 21 voluntárias submetidas à técnica houve aumento da força nos músculos abdominais e melhora na flexibilidade. Pesquisa semelhante realizada na Universidade do Estado do Colorado (EUA) constatou esses mesmos ganhos entre voluntários de meia-idade. “E os benefícios foram percebidos com a prática de exercícios de intensidade relativamente baixa, que podem ser realizados sem aparelhos”, anotou no estudo June Kloubec, coordenadora do trabalho.

Mas há o outro lado da moeda. Após testes realizados para o Colégio Americano de Medicina do Esporte pela pesquisadora Michele Olson, da Universidade de Auburn, no Alabama (EUA), acendeu-se o alerta vermelho para a crença de que o Pilates pode ser usado como método de emagrecimento por si só. O que Michele constatou foi que a queima calórica das aulas da modalidade é baixa. No nível básico, uma hora de Pilates equivale a menos de 200 calorias. “Pilates é um treino de força e resistência”, disse Michele à ISTOÉ. “Se a pessoa quer queimar calorias, o melhor é praticar corrida ou spinning”, acrescentou. Isso não significa dizer, porém, que é preciso trocar o estúdio pelo tênis. O Pilates pode ajudar a emagrecer. “Ao começar a praticar, o aluno percebe mudanças positivas no corpo, como força, alinhamento postural, menos dores”, diz a fisioterapeuta Kátia Pinho, do Studio Airmid, de São Paulo. “Sua autoestima aumenta muito, o que é fundamental para iniciar um programa de emagrecimento.”

Além disso, ele contribui para manter o peso. O trabalho muscular aumenta a massa magra no corpo que, por sua vez, potencializa o consumo calórico do organismo. Na prática, quer dizer que ganhar músculos (e para isso o Pilates é muito válido) aumenta a quantidade de calorias consumidas pelo corpo para manter-se, pois as células musculares gastam mais energia para funcionar do que as células de gordura. Mais uma das qualidades do Pilates.