domingo, 18 de novembro de 2012

RISCOS NAS PRAIAS


FATORES QUE INFLUENCIAM AS PRAIAS
fonte: http://www.polmil.sp.gov.br/unidades/17gb/mar_02.htm

BURACOS

São depressões de até vários metros de diâmetro escavados na areia pela ação das ondas. Crianças pequenas podem estar pisando em água pelos calcanhares e facilmente passar a ter água sobre sua cabeça.

BANCOS DE AREIA E VALAS

Vala (trough) é um canal escavado pela força das ondas paralelamente à praia, sendo sua ocorrência mais comum em praias rasas. A extensão da vala pode ser grande, normalmente correndo nela uma corrente lateral, que vai cair numa corrente de retorno. É sempre limitado interna e externamente por bancos de areia. o que é um risco para o banhista, que pode passar de água rasa para profunda rapidamente, mas que ajuda, pois estará sempre a poucos passos ou braçadas de uma profundidade rasa. Nas valas a direção da corrente lateral segue a direção das ondas, quando entrarem diagonalmente, ou a direção das águas. Seu reconhecimento é semelhante aos canais de correntes de retorno, podendo, ainda, ser fixos, móveis ou permanentes. Bancos de Areia e valas são encontrados onde uma corrente lateral persistente cortou um canal no fundo próximo à praia. Os formatos destas valas variam, mas têm às vezes 2 ou 3 metros de profundidade e se estendem por muitos metros paralelamente à praia antes de se direcionarem para o mar. As valas alcançam desde poucos metros até 50 metros de largura. Águas correndo em uma vala procurando uma saída mar adentro podem se mover mais rápido que um banhista pode nadar. Bancos de areia podem ser atrações decepcionantes para nadadores fracos. Ver que outros nadadores estão de pé em águas rasas mar adentro pode encorajar um nadador fraco a ir até lá, não percebendo que profundidades maiores estão entre ele e seu objetivo, e podem rapidamente se ver em condições acima de suas capacidades natatórias. Outra situação perigosa ocorre quando um banhista alcança um banco de areia na maré baixa e, mais tarde, tenta voltar, caindo numa vala agora profunda, que pode, inclusive, conter uma corrente lateral.

REPUXO

O repuxo é mais perceptível em praias de tombo, próximo à maré alta. Ocorre quando a água empurrada para a praia pelas ondas é empurrada de volta pela ação da gravidade, ganhando movimento pela inclinação do relevo. O retorno da água pode derrubar pessoas ou escavar a areia sob seus pés, e puxá-la então para águas mais profundas. Quando a arrebentação é grande, uma segunda série pode encontrar a água do repuxo, criando extensa turbulência, que pode ser particularmente perigosa para crianças e idosos. Correntes de retorno são pouco frequentes em praias de tombo e, quando existem, tendem a puxar por uma distância muito curta mar adentro; mas a combinação de repuxo com corrente de retorno em praias de tombo pode ser muito perigoso pela soma de forças.

CORRENTES DE RETORNO

As Correntes de Retorno, de acordo com levantamento estatístico do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, confirmado por estatísticas da USLA (United States Lifesaving Association) são a causa primária dos acidentes na praia, chegando a ser responsável por 80% dos salvamentos de afogamentos. A USLA as chama de "a máquina de afogar", por causa de sua habilidade quase mecânica de cansar nadadores ao ponto de fadiga e, como última consequência, ao ponto da morte. O perigo é ainda maior por serem as correntes de retorno invisíveis e até atrativas para os banhistas desavisados.



COMO SE FORMAM - as correntes de retorno variam em tamanho, largura, profundidade, forma, velocidade e potência. Elas são formadas, geralmente, da seguinte maneira: quando as ondas quebram, elas empurram a água acima do nível médio do mar. Uma vez que a energia da água é despendida (gasta), a água que ultrapassou aquele nível médio é empurrada de volta pela força da gravidade. Quando ela é empurrada de volta, contudo, mais ondas podem continuar a empurrar mais água acima daquele nível médio, criando o efeito de uma barreira transitória (temporária). A água de retorno continua a ser empurrada pela gravidade, e procura o caminho de menor resistência. Este pode ser um canal submerso na areia ou a areia ao lado de uma costeira ou pier, por exemplo. Como a água de retorno se concentra nesse canal, ela se torna uma corrente movendo-se para dentro do mar. Dependendo do número de fatores, esta corrente pode ser muito forte. Algumas correntes de retorno dissipam muito próximo à praia, enquanto que outras podem continuar por centenas de metros. É importante notar que as ondas não quebrarão sobre um canal submerso. Além disto, a força de uma corrente de retorno movendo-se para dentro do mar num canal tende a diminuir a potência das ondas que entram. A ausência de quebração resultante atrai banhistas incautos, que podem perceber águas relativamente calmas sobre um canal de uma corrente de retorno e pensar que estão escolhendo a área mais calma para o banho de mar, o que pode ser um erro mortal. Mesmo excelentes nadadores podem ser inúteis para auxílio numa corrente de retorno. A velocidade da água e o pânico causado por estar sendo puxado para o mar podem ser opressivos, desesperadores. Ao perceber que está sendo "arrastado" por uma Corrente de Retorno, o nadador deverá controlar o pânico, nadando em direção a uma das laterais da corrente - como se estivesse sendo levado por águas de um rio, nadar em direção à uma das margens - em sentido diagonal e a favor da correnteza. Sentindo que ultrapassou os limites da corrente, deve, aí sim, nadar em direção à praia.



CORRENTES LATERAIS

Uma corrente lateral, também chamada corrente paralela, corre asperamente paralela à praia. Essas correntes são frequentemente causadas por ondas que entram num ângulo diagonal com a praia, assim empurrando a água ao longo da praia depois de quebrarem as ondas. Elas podem arrastar banhistas por toda sua extensão a velocidades bem rápidas e alimentar uma corrente de retorno.  As Correntes Laterais são menos perigosas que as Correntes de Retorno por causa de que a tendência natural do banhista numa corrente é nadar em direção à praia. Uma pessoa numa Corrente Lateral nadando em direção à praia, estará nadando perpendicularmente à direção da corrente e deve conseguir alcançar a praia com certa facilidade.



ONDAS

As ondas causam problemas aos visitantes das praias por causa de sua tremenda força e energia, tanto para a frente, em direção à praia, quanto para baixo, quando quebram.  Muitas pessoas subestimam a força contida numa onda quebrando, e podem ser feridas pelo movimento para frente de uma onda. O movimento para frente das ondas pode derrubar banhistas, machucá-los ou colocá-los à mercê da água que rapidamente reflui depois de quebrar na praia (repuxo).  O movimento para baixo das ondas pode violentamente empurrar um banhista ou surfista para baixo, causando sérios traumas à cabeça, pescoço, costas e outras partes do corpo.  Ondas mergulhantes (caixote) em praias de tombo são particularmente responsáveis por causar ferimentos no pescoço e nas costas por causa da energia dispendida tão rapidamente na água rasa. Durante os remansos (períodos calmos entre séries de ondas), contudo, frequentadores das praias geralmente se aventuram mais do que deviam, para sofrer as consequências quando as séries maiores retornarem. Esta situação pode ser ilustrada pelo fato de que é durante tais remansos, imediatamente seguintes a séries mais altas, que as correntes de retorno e as laterais são mais fortes.



O MAR E A PRAIA

Análise Morfodinâmica das Praias

A graduando do Curso de Oceanologia da Fundação Universidade do Rio Grande, Fernanda Genael Koefel, em sua introdução monográfica sobre a "Morfodinâmica de Praias Arenosas Oceânicas: Uma Revisão Bibliográfica" considera que as praias arenosas oceânicas encontram-se entre os campos mais negligenciados do estudo científico dos ambientes costeiros, e ainda cita Komar (1976) que faz a seguinte observação: "aproximadamente dois terços da população mundial vivem numa estreita faixa adjacente à costa, tendo sido as praias e estuários os primeiros ambientes a sofrerem diretamente o impacto do crescimento demográfico mundial."

No Brasil a costa litorânea tem 9.200 Km, sendo as praias arenosas dominantes em quase toda sua extensão, exceto no extremo norte do país.

As praias arenosas oceânicas apresentam-se como sistemas de alta instabilidade, sendo dinâmicas e sensíveis por estarem sujeitas às variações dos meios de energia local. Sofrem ainda por serem retrabalhadas por processos eólicos, biológicos e hidráulicos. Destacam-se entre estes as ondas geradas pelo vento, as correntes litorâneas, as oscilações de longo período e as marés. Como consequência da atuação destas energias, as praias sofrem mudanças morfológicas e trocas de sedimentos com regiões adjacentes; atuam ainda as praias como zonas de tampão, protegendo a costa da ação direta da energia do oceano, sendo esta sua principal função ambiental.

PRAIA

Segundo aquela monografia citada, praias são depósitos de sedimentos arenosos inconsolidados sobre a zona costeira, dominados principalmente por ondas e limitados internamente pelos níveis máximos de ação de ondas de tempestade (ressaca), pelo início da ocorrência de dunas fixadas ou qualquer outra alteração fisiográfica brusca, caso existam; e externamente pelo início da zona de arrebentação (indo em direção à terra), ponto até o qual os processos praiais dominam francamente o ambiente.

Na praia distinguem-se as seguintes zonas, segundo a hidrodinâmica:

Zona de Arrebentação ("breaking zone") - é a porção de praia onde ocorre a quebração das ondas. A Zona de Arrebentação é a área compreendida entre a quebração mais distante e a mais próxima da costa. Pode haver mais de uma quebração nas praias. Isto ocorre quando há no ponto de quebra, em geral, a associação de um banco de areia, paralelo à costa, sendo seguido por uma vala. O número de zonas de quebração está, consequentemente, relacionado com o número de bancos de areia e valas existentes na praia. E o seu conjunto forma a zona de arrebentação. Há teorias, entretanto, que subdividem a zona de arrebentação em zona de arrebentação e zona de surfe ("surf zone"). Porém, o reconhecimento de suas diferenças é tão difícil na prática que seu estudo traria poucas implicações na atividade do Guarda-Vidas.

Zona de Varrido ("swash zone") - é definida como a região entre a máxima e a mínima excursão da onda sobre a face da praia. Logo após a zona de varrido pode acontecer uma feição deposicional de sedimentos chamada de berma. Devido às mudanças do nível da água, a zona de varrido torna-se seca e molhada alternadamente.

Subambientes praiais - além das zonas descritas, existem ainda nas praias os seus subambientes, que são assim definidos por Fernanda Gemael Hoefel:
Pós-praia ("backshore") - zona que se estende do limite superior do varrido até o início das dunas fixadas por vegetação ou de qualquer outra mudança fisiográfica brusca.

Face praial ("beachface") - identifica a parte do perfil praial sobre a qual ocorrem os processos da zona de varrido.

Praia Média - porção do perfil sobre o qual ocorrem os processos da zona de surfe e da zona de arrebentação, neste trabalho considerados ambos "zona de arrebentação".

Antepraia ("shoreface") - porção do perfil praial dominada por processos de refração, atrito com o fundo e empolamento ("shoaling"), que se estendem em direção ao mar, a partir da zona de arrebentação até o limite máximo da ação das ondas sobre o fundo.

Cúspides Praiais - ocorrem na pós-praia e zona de varrido, sendo idenficados por elevações transversais à praia, ladeadas por áreas de singela depressão, que muitas vezes abrigam correntes de retorno. São bem mais perceptíveis nas praias de tombo, e menos nas rasas.

TIPOS DE PRAIAS

Praias geralmente se encaixam em um dos cinco tipos existentes didaticamente de acordo com a teoria Australiana e três tipos de acordo com a teoria acadêmica Brasileira.

Associados a cada tipo de praia estão perigos característicos. Mudança do tempo e das condições das ondas pode significar que a praia se move de um estado para outro no espaço de algumas horas. A identificação correta dos tipos de praias pode ajudar o Guarda-Vidas a avaliar os perigos que podem ser encontrados numa praia determinada, a segurança relativa de uma praia, e as ações que podem ser necessárias para proteger os banhistas. A seguir teremos a classificação das praias conforme seus tipos e perigos, de acordo com a escola australiana, e depois a classificação segundo a teoria acadêmica brasileira.

CLASSIFICAÇÃO DAS PRAIAS

ESCOLA AUSTRALIANA

Praias Refletivas - praias refletivas se formam em áreas de ondas baixas. Elas são características por serem íngremes e rasas, geralmente compostas por areia grossa e ondas baixas (cerca de 0,5m de altura). Elas são geralmente encontradas nas entradas de portos e estuários e na parte de mais baixa energia de algumas praias oceânicas.
Estas praias não têm buracos de areias ou zonas de arrebentação; as ondas passam sem quebrar até a margem, onde elas colapsam ou sobem na face da praia.
As ondas baixas em locais mais protegidos de praias do tipo refletiva típicas geralmente proporcionam condições de banhos seguras. Estas praias, contudo, são caracterizadas pelas relativamente fortes ondas mergulhantes (caixote) e uma quebração que pode derrubar pessoas. A ausência de bancos dde areia também significa águas mais profundas próximas à costa, o que pode ser um problema para os que não sabem nadar e para as crianças.

Praias de Maré Baixa - as praias de maré baixa ocorrem onde a areia é de fina a média e as ondas atingem alturas médias entre 05, e 1,0 metro. Elas tendem a ocorrer em direção à mais baixa energia, e nas extremidades mais protegidas de praias longas em enseadas moderadamente protegidas, e em locais mais expostos onde a areia é fina. Praias de Maré Baixa têm tipicamente uma face de praia íngreme, com um banco de areia baixo e inexpressivo que se estende de 20 a 50 metros em direção ao mar, partindo da face da praia. Esta plataforma às vezes é exposta na maré baixa, com ondas quebrando pesado na borda externa do banco de areia. Na maré alta, as ondas podem atravessar o banco de areia sem quebrar na face da praia.  Praias de Maré Baixa são geralmente seguras, com ondas baixas e uma plataforma rasa; contudo, sob condições de ondas mais altas, ondas mergulhantes podem se desenvolver sobre a plataforma rasa, aumentando muito o risco de fraturas de coluna e pescoço. Correntes de retorno fracas e rasas podem também se desenvolver, o que pode ser um problema para nadadores fracos e crianças.

Praias de Banco de Areia e Correntes de Retorno - o tipo de praia com banco de areia e correntes de retorno é uma das mais comuns. Ocorre onde a areia é de fina a média e a média das ondas é de 1,0 a 1,5 metros. Praias deste tipo são diferentes de praias de maré baixa por duas razões. A primeira é que a praia é descontínua ao longo da costa, cortada por correntes salientes. A segunda, por causa da alternância de bancos de areia rasos com canais de correntes de retorno profundos.  Praias de bancos de areia e correntes de retorno têm uma zona de arrebentação que se alterna ao longo da costa entre um banco de areia ligado à face da praia e canais de correntes de retorno mais profundos. Como resultado a praia é mais irregular ao longo da linha costeira. As ondas quebram nos bancos de areia e se movem em direção á areia sobre a face da praia. A água então se move para os lados nos canais de alimentação das correntes de retorno, antes de voltar para o mar, através dos canais das correntes como fortes correntes de retorno. A Praia de Banco de Areia e Corrente de Retorno é um dos tipos mais perigosos. Os bancos de areia rasos atraem as pessoas para a arrebentação, mas muitos banhistas não percebem que cair para qualquer dos lados é mais fundo, pois há traiçoeiros canais e correntes de retorno.  Para os australianos, estas correntes de retorno são a causa de 96% dos salvamentos. Na maré baixa, as correntes de retorno são confinadas nos canais e se tornam mais fortes. Na praia de maré alta, correntes laterais se tornam o problema. Bancos de areia e correntes de retorno podem ser perigosos para todos, exceto para nadadores bem preparados. Banhistas devem ser orientados a se banharem no banco de areia, e guiados para fora dos canais de correntes de retorno.

Praias de Valas Laterais - praias de valas laterais são caracterizadas por ondas com 1,5m de altura ou mais, com um banco de areia contínuo correndo paralelo à praia de 100 a 150 metros mar adentro, e uma vala de 2 a 3 metros de largura entre o banco de areia e a praia. As ondas geralmente quebram no banco de areia, se refazem (engordam) na vala (depressão) e colapsam (quebram) na face da praia. As correntes de retorno geralmente atravessam o banco de areia entre cada 250 a 500 metros, mas são menos evidentes que aquelas das praias de banco de areia e corrente de retorno. Praias de valas laterais são perigosas. Elas causam a formação de ondas maiores e têm canais profundos e valas ocorrendo ao longo de toda a praia. Estas valas podem formar fortes correntes de retorno com redemoinhos de areia. Contudo, as ondas usualmente quebram primeiro no banco de areia mais dentro do mar, e são menores na face da praia, o que pode resultar em razoáveis condições de segurança na praia.

Praias Dissipativas - praias dissipativas ocorrem somente em praias de altíssima energia, geralmente depois de períodos em que as ondas tenham atingido alturas maiores que 2,5 metros. Areia fina deve ser um dos componentes. Estas praias são caracterizadas por zonas de arrebentação muito largas - de 300 a 500 metros - com dois, ou ocasionalmente, três bancos de areia, separados por valas, que correm paralelas à praia. A quebração das ondas começa com ondas derramantes no banco de areia externo (mar adentro), as quais reformam (engordam) para quebrarem de novo e talvez ainda novamente no banco de areia ou bancos de areias internos (mais próximos à costa). Praias Dissipativas são perigosas e só ocorrem em mar muito grande, de forma que a maioria das pessoas nem pensam em nadar nelas. As extremamente altas quebrações na zona de arrebentação externa são somente para os mais experientes banhistas, uma vez que ondas grandes e fortes correntes de retorno tornam difícil a volta segura à areia. Próximo à areia, o problema ocorre quando as pessoas são varridas da face da praia pelas ondas que colapsam na praia, e em seguida voltam para o mar.

ESCOLA ACADÊMICA BRASILEIRA

Praias Rasas - são aquelas em que a profundidade aumenta suavemente à medida em que vai se distanciando da zona de varrido, isto é, com pouca inclinação (ou declividade). A zona de arrebentação normalmente é larga. É comum a existência de mais de uma quebração, havendo, neste caso, a presença de valas entre elas, onde se formam as correntes laterais.
As ondas são, em geral, do tipo deslizante (derramante), podendo ocorrer também as mergulhantes (caixotes). São consideradas de grande perigo por ser difícil o retorno à praia em condições de mar alto, apesar de geralmente terem a aparência tranquila, o que pode transformá-la em traiçoeira. (Exemplos: praias de Santos e de Praia Grande no litoral do Estado de São Paulo).

Praias Intermediárias - são aquelas que possuem inclinação média, ocorrendo sua arrebentação a uma distância próxima da praia. O relevo do fundo é caracterizado por bancos de areia irregulares, onde quebram as ondas, sendo cortados por canais onde se desenvolvem as correntes de retorno, muito frequentes neste tipo de praia. Os bancos de areia são mais visíveis nas marés baixas, quando também são visíveis os perigosos buracos. As ondas tendem a crescer nas marés vazantes. As ondas nestas praias costumam ser mergulhantes (caixotes), podendo também ser deslizantes (derramantes). Nestas praias os grãos de areia costumam ser médios ou misturados. (Exemplos: praias da Enseada, Astúrias e Tombo, na cidade de Guarujá no Litoral do Estado de São Paulo).

Praias de Tombo - são aquelas que possuem relevo do fundo com grande inclinação, aumentando a profundidade abruptamente logo após a zona de varrido. A arrebentação é quase ausente, podendo eventualmente aumentar o tamanho das ondas, mas a quebra da onda ocorre sempre na zona de varrido. A areia é composta de grãos mais grossos.
Possui, logo após a face da praia, um degrau bem acentuado, chamado de berma, seguido de um declive muito mais acentuado ainda. A menos de um metro da zona de varrido a profundidade é suficiente para encobrir uma pessoa adulta. Na pós-praia os cúspides praiais são bem nítidos. Possuem correntezas de retorno fracas, mas que são acentuadas próximas a costeiras. Os riscos a que ela expõe o banhista são a profundidade, que aumenta abruptamente, e as ondas, que são predominantemente do tipo mergulhante (caixote), que, dependendo de sua potência no dia, pode atingir o banhista com força a arrastá-lo para o fundo, ainda que ele esteja na zona de varrido. São ausentes as valas e os bancos de areia. (Exemplos: praias de Maranduba e Massaguaçu, em Ubatuba, Litoral de São Paulo).

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