Este é o diário virtual de Jorge Bengochea utilizado para tratar de temas amenos, saudáveis e pessoais. É uma trégua entre os embates no enfrentamento das múltiplas mazelas dos ineficientes sistemas político, jurídico, judicial, social, educacional, de saúde e de ordem pública vigentes no Brasil.
quarta-feira, 27 de junho de 2012
JEITINHO CARIOCA
Sucesso na internet, vídeo que retrata o 'jeitinho carioca' pode ter continuação . Hábitos e situações vividas por cariocas são retratados com bom humor em vídeo que se tornou fenômeno das redes sociais
Matheus Carrera
O GLOBO, 27/06/12 - 11h27
RIO - Quem não é do Rio pode achar estranho ouvir alguém sugerir um programa com um “Partiu?” ou aceitar um convite com um “Já é”, mas expressões como estas fazem parte do vocabulário carioca assim como o habitual “Vamos marcar alguma coisa” quando se reencontra um conhecido - ou desconhecido - e o “Imagina na Copa”, cada vez mais presente em queixas sobre o trânsito ou o metrô lotado.
Inspirado no curta “Shit New Yorkers say” (algo como “Besteiras que os nova-iorquinos dizem”), o vídeo “O jeitinho carioca” retrata alguns destes hábitos e expressões que estão nas ruas, nos bares, na praia e em todos os cantos de uma cidade onde um dia de 20 graus é motivo para tirar o cachecol e os agasalhos pesados do armário.
A cineasta Mariana Januzzi, uma das realizadoras do projeto, explica que a ideia surgiu por causa dos grandes eventos de que a cidade foi ou será sede, como a Rio+20 e a Copa do Mundo de 2014.
- Fizemos uma lista da nossa cabeça, com coisas que nós mesmos fazemos ou falamos. Vimos que estávamos no caminho certo quando consultamos nossos amigos e até mesmo os atores, que concordaram com a lista e acrescentaram outras situações – explica Mariana. - Achamos que o vídeo se encaixava no momento que a cidade vive, com tantos eventos. A gente quis fazer algo bem humorado e com belas imagens.
A ideia deu certo. Realizado por duas produtoras da cidade, a 2Olhares e a Makulelê, o vídeo foi postado no YouTube na noite da segunda-feira e, em menos de uma hora, teve o número de visualizações praticamente duplicado de 5,3 mil para mais de 11 mil na tarde de terça-feira. Mariana confessa que o curta foi pensado para ser um viral, mas diz que não esperava que o sucesso fosse tanto. Ela acredita que isso se explica pela identificação com os personagens.
- Todo mundo tem um amigo que se parece com algum deles – brinca.
Já o antropólogo Everardo Rocha, da PUC-Rio, acredita que a grande repercussão tem como causa o fato de o material mostrar uma visão simpática e descontraída não somente da cidade e dos cariocas, mas também dos brasileiros.
- É um jeito leve de viver a vida e que pode ser visto em qualquer cidade do país. Todos nós já vivemos alguma daquelas situações - diz.
Para Rocha, um dos méritos do curta é ir além dos clichês e estereótipos.
- O roteiro mostra uma certa incoerência típica do carioca. Para quem vive na cidade, por exemplo, Niterói parece ser em outro estado, mesmo sendo ao lado. Você diz “Passa lá em casa” para um amigo simplesmente para ser simpático, sem assumir um compromisso, ou tolera um flanelinha, mas acaba tentando driblá-lo. O carioca tenta ser mais esperto que o outro para evitar o conflito. É uma cidade em que a paisagem é alegre e isso contribui para esse “jeitinho” - explica o antropólogo.
E como a lista de situações e expressões é grande, a equipe já está pensando em lançar um “O jeitinho carioca 2”.
- Vamos aproveitar bem essa repercussão, mas como muita coisa ficou de fora, temos material para um segundo vídeo. Mas estamos pensando em algo mais polêmico, mais focado no comportamento, mas sempre inspirado no nosso jeito de ser – adianta Mariana.
Partiu, então.
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