sexta-feira, 9 de agosto de 2013

MUDANÇA DE NOME IGNORA TORCEDOR



Leonardo Bertozzi
ESPN, 09/08/2013

Mudança de nome mostra que donos simplesmente ignoram o torcedor


Certa vez, o lendário Bobby Robson fez uma reflexão sobre o que é um clube de futebol.

"Não são os prédios, ou dirigentes, ou as pessoas pagas para representá-lo. Não são os contratos de televisão, cláusulas de rescisão, departamentos de marketing ou camarotes executivos.

É o barulho, a paixão, a sensação de pertencimento, o orgulho em sua cidade.

É um garotinho subindo as escadas do estádio pela primeira vez, agarrando as mãos do pai, admirando aquele pedaço sagrado de grama à sua frente e, sem poder fazer nada a respeito, se apaixonando".

A definição de Robson parece ser cada vez mais ignorada pelos donos de clubes de futebol. Muitos deles, sem qualquer ligação sentimental ou histórica com os times que administram, tomam decisões impopulares por mero capricho.

A última delas foi a mudança de nome do Hull, recém-promovido à Premier League, de "Hull City AFC" para "Hull City Tigers", em uma medida que deveria, supostamente, melhorar a marca internacional da equipe.

Tudo porque Assem Allam, o empresário que assumiu o controle do Hull em 2010, acha que Hull City Association Football Club é um nome "longo demais". O "City" deve desaparecer gradualmente, e o plano é apresentar o clube ao mundo como "Hull Tigers".

A mudança valerá a partir da temporada 2014/15, quando o "AFC" será removido do escudo.

"É algo que te dá poder na ciência do marketing. Quanto mais curto o nome, mais poderosa a mensagem", alega Ehab Allam, vice-presidente e filho do dono.

Uma frase que enche os olhos nas reuniões de marketeiros, com suas soluções mágicas para tudo, mas pouco importa para o torcedor que se identifica com a história e os valores de um clube de futebol.

O torcedor, esta figura irrelevante para os Allams da vida, que um dia deixarão o time de lado e seguirão suas vidas.

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