BEATRIZ FAGUNDES, O SUL
Porto Alegre, Terça-feira, 03 de Julho de 2012.
Todos colhem mais cedo ou mais tarde aquilo que plantam!
Se me permitem, quero aproveitar esse espaço nobre para contar uma pequena história que merece lugar de destaque em nossas mentes:
Um velho pai foi morar com seu filho, nora e o netinho de 4 anos. As mãos do velho eram trêmulas, sua visão embaçada e seus passos vacilantes. A família comia reunida à mesa. Mas, as mãos trêmulas e a visão falha do avô o atrapalhavam na hora de comer. Ervilhas rolavam de sua colher e caíam no chão. Quando pegava o copo, leite era derramado na toalha da mesa. O filho e a nora irritaram-se com a bagunça.
Precisamos tomar uma providência com respeito ao papai?, disse o filho. Já tivemos suficiente leite derramado, barulho de gente comendo com a boca aberta e comida pelo chão.'
Então, eles decidiram colocar uma pequena mesa no porão. Ali, o avô comia sozinho enquanto o restante da família fazia as refeições à mesa, com satisfação. Desde que o velho quebrara um ou dois pratos, sua comida agora era servida em uma tigela de madeira. Quando a família levava o avô para o seu lugar, as vezes ele tinha lágrimas em seus olhos. Mesmo assim, as únicas palavras que lhe diziam eram admoestações ásperas quando ele deixava um talher ou comida cair ao chão. O menininho assistia a tudo em silêncio.
Uma noite, antes do jantar, o pai percebeu que o filho pequeno estava no chão, manuseando pedaços de madeira. Ele perguntou delicadamente à criança:
- O que você está fazendo?.
- O menino respondeu docemente: Oh, estou fazendo uma tigela para você e mamãe comerem, lá no porão, quando eu crescer'.
O garoto de 4 anos sorriu e voltou ao trabalho. Aquelas palavras tiveram um impacto tão grande nos pais que eles ficaram mudos. Então lágrimas começaram a escorrer de seus olhos. Embora ninguém tivesse falado nada, ambos sabiam o que precisava ser feito.
Naquela noite, o pai tomou o avô pelas mãos e gentilmente conduziu-o à mesa da família. Dali para frente e até o final de seus dias, ele comeu todas as refeições com a família. E por alguma razão, o marido e a esposa não se importavam mais quando um garfo caía, leite era derramado ou a toalha da mesa sujava.
Sensacional! Todos colhem mais cedo ou mais tarde aquilo que plantam!
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