quinta-feira, 27 de setembro de 2012

DEFININDO DECLÍNIO ORGANIZACIONAL



 Alexandre Pavan Torres, Universidade Federal de Santa Catarina
Emilio Araújo Menezes, Universidade Federal de Santa Catarina
Fernando A. Ribeiro Serra, UNISUL Business School
Manuel Portugal Ferreira, Instituto Politécnico de Leiria


Não dispomos de um conceito exato e taxativo sobre o que significa declínio na literatura acadêmica (KIMBERLY, 1976; CAMERON; WHETEN, 1983). Os trabalhos sobre declínio se desenvolveram usando a mesma base conceptual que os estudos que visam explicar o sucesso. Por exemplo, os estudos sobre a inter-dependência entre a organização e seu ambiente externo (LAWRENCE; LORSCH, 1967; MEYER, 1978; ALDRICH, 1979), os estudos focados na dependência de recursos (PFEFFER; SALACIK, 1978) e mesmo na detenção de recursos estratégicos superiores (BARNEY, 1986,1991). 
Outras contribuições vieram de trabalhos relacionados à incerteza (SIMON, 1962; THOMPSON, 1967; COHEN; MARCH, 1972) e da gestão de crise (SMART; VERTINSKY, 1977; STARBUCK, GREVE; HEDBERG, 1978; MILBURN; SCHULER; WATMAN, 1983). Alguns autores consideram mesmo que o declínio é algo de inevitável, dado que as empresas seguem um ciclo de vida mais ou menos determinístico que, eventualmente, conduzirá à morte das organizações. Mintzberg (1984), por exemplo, argumentou que as organizações atingem um ponto máximo e, depois, começam a declinar.

O declínio parece estar relacionado com a capacidade competitiva. A competitividade, segundo Ferraz, Kupfer e Haguenauer (1996, p. 3), pode ser definida como "a capacidade da empresa formular e implementar estratégias concorrenciais, que lhe permitam ampliar ou conservar, de forma duradoura, uma posição sustentável no mercado". Assim, os estudos de competitividade têm relação com o declínio e foi a perda de capacidade competitiva da indústria norte-americana de transformação, principalmente face à indústria japonesa, na década de 1980, que terá impulsionado os estudos sobre o tema (POSSAS, 1999).

No Brasil, a partir da década de 1990, com a abertura da economia brasileira ao exterior, as empresas e setores passaram a estar propensos a sofrerem os mesmos efeitos – face à incapacidade competitiva as empresas são gradualmente expelidas do mercado.

O declínio tem, ainda, sido relacionado a fatores como a dimensão da organização, a perda de quota de mercado, redução de ativos, diminuição dos lucros, queda na cotação das ações, redução da dimensão da empresa (ver, por exemplo. GREENHALGH, 1982, 1983). No entanto, na sua maioria, estas serão conseqüências do declínio e não fatores ex ante que conduziriam previsivelmente ao declínio. Outros autores argumentam que o declínio se relaciona à retração de mercado e à incapacidade da empresa reagir a mutações na demanda (MILLER; FRIESEN, 1984, CAMERON et al., 1987; WEITZEL; JONSSON, 1989; CASTROGIOVANNI, 1991). Wheten (1980, p. 577) em artigo precursor sobre o assunto, afirma que “o declínio organizacional, embora uma importante e fundamental preocupação das organizações tem recebido pouca atenção da pesquisa”.

Cameron, Sutton e Wheten (1988) argumentam que cerca de três quartos da literatura acadêmica em declínio organizacional apareceu após 1978. A partir de então, a compreensão do declínio e do sucesso das organizações tem sido um tema central na pesquisa acadêmica internacional em administração (FLECK, 2004), mas não, pelo menos de forma tão clara, no Brasil.

A seguir, na tabela 1, sistematizamos algumas definições de declínio, de trabalhos fundamentais publicados a partir da década de 1980.

Tabela 1. Definições de declínio organizacional

Autor - Definição ou sentido -  Observação

Grenhalgh (1983, p.232)
Definição - “O declínio ocorre quando a organização não consegue manter a capacidade de adaptação em
resposta a um ambiente estável, ou quando não consegue alargar ou aumentar o seu domínio sobre um nicho de mercado onde enfrenta gradualmente maior competição”.
Observação - Declínio, neste caso está definido como o oposto a adaptação. Os ambientes, em geral, não são estáveis e o conceito estático é limitado.

Levy (1986)
Definição - Define declínio organizacional como falta de consciência das ameaças ambientais, das fraquezas organizacionais e não estabelecer ações corretivas nestas condições.
Observação - A definição acrescenta a falta de atenção às ameaças ambientais e falta de ação.

Weitzel e Jonsson (1989, p. 94)
Definição - “As organizações entram no estado de declínio quando deixam de antecipar, reconhecer, prevenir, neutralizar ou adaptar às pressões externas ou internas que ameaçam a sobrevivência de longo prazo da organização”.
Observação - Os autores incorporam às definições anteriores a diferença entre declínio e períodos de consolidação e das demais respostas organizacionais às demandas por produtos e serviços.

Rozanski (1994)
Definição - Declínio é uma condição na qual acontece um decréscimo substancial e absoluto da base de recursos da organização.
Observação - Nesta definição a perda de recursos é que indica o declínio.


Um aspecto comum em relação aos diversos autores que procuraram definir declínio, é que este parece acontecer ao longo de um dado período de tempo. Whetten (1980), por exemplo, classifica o declínio segundo dois tipos de situações: a estagnação, que é mais provável ocorrer em organizações passivas e pouco flexíveis; e a redução, na qual existe perda de quota de mercado e decréscimo de competitividade. Outros autores, seguindo Whetten (1980), também enfatizaram os períodos de estagnação ou declínio (GREENHALGH,1983; CAMERON; ZAMMUTO, 1984). Pandit (2000) argumenta que a falha das organizações tem sido definida como um ‘declínio ameaçador da existência’ no desempenho. Entretanto, este declínio pode ser abrupto ou gradual, podendo ser precipitado por atos internos ou pela inatividade, assim como por eventos externos e fatores ambientais (WALSHE et al., 2004).

FONTE: WORKING PAPER Nº 26/2008, September 2008 - PARTE DO TRABALHO,O declínio das grandes empresas brasileiras

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

RECEITA DA DONA CASSILDA


Dona Cassilda é uma senhora de 92 anos, miúda, e tão elegante, que todo dia às 08 da manhã ela já está toda vestida, bem penteada e discretamente maquiada, apesar de sua pouca visão.

E hoje ela se mudou para uma casa de repouso: o marido, com quem ela viveu 70 anos, morreu recentemente, e não havia outra solução..

Depois de esperar pacientemente por duas horas na sala de visitas, ela ainda deu um lindo sorriso quando a atendente veio dizer que seu quarto estava pronto.

Enquanto ela manobrava o andador em direção ao elevador, dei uma descrição do seu minúsculo quartinho, inclusive das cortinas floridas que enfeitavam a janela.

Ela me interrompeu com o entusiasmo de uma garotinha que acabou de ganhar um filhote de cachorrinho.

- Ah, eu adoro essas cortinas....

- Dona Cacilda, a senhora ainda nem viu seu quarto... Espera um pouco...

- Isto não tem nada a ver, ela respondeu, felicidade é algo que você decide por princípio. Se eu vou gostar ou não do meu quarto, não depende de como a mobília vai estar arrumada... Vai depender de como eu preparo minha expectativa. E eu já decidi que vou adorar. É uma decisão que tomo todo dia quando acordo. Sabe, eu posso passar o dia inteiro na cama, contando as dificuldades que tenho em certas partes do meu corpo que não funcionam bem. Ou posso levantar da cama agradecendo pelas outras partes que ainda me obedecem.

- Simples assim?

- Nem tanto; isto é para quem tem autocontrole e exigiu de mim um certo 'treino' pelos anos a fora, mas é bom saber que ainda posso dirigir meus pensamentos e escolher, em conseqüência, os sentimentos.
Calmamente ela continuou:

- Cada dia é um presente, e enquanto meus olhos se abrirem, vou focalizar o novo dia, mas também as lembranças alegres que eu guardei para esta época da vida. A velhice é como uma conta bancária: você só retira aquilo que guardou. Então, meu conselho para você é depositar um monte de alegrias e felicidades na sua Conta de Lembranças. E, aliás, obrigada por este seu depósito no meu Banco de lembranças. Como você vê, eu ainda continuo depositando e acredito que, por mais complexa que seja a vida, sábio é quem a simplifica..

Depois me pediu para anotar:

Como manter-se jovem:

1. Deixe fora os números que não são essenciais. Isto inclui a idade, o peso e a altura. Deixe que os médicos se preocupem com isso.

2. Mantenha só os amigos divertidos. Os depressivos puxam para baixo. (Lembre-se disto se for um desses depressivos!)

3. Aprenda sempre: Aprenda mais sobre computadores, artes, jardinagem, o que quer que seja. Não deixe que o cérebro se torne preguiçoso. 'Uma mente preguiçosa é oficina do Alemão.' E o nome do Alemão é Alzheimer!

4. Aprecie mais as pequenas coisas

5. Ria muitas vezes, durante muito tempo e alto. Ria até lhe faltar o ar. E se tiver um amigo que o faça rir, passe muito e muito tempo com ele / ela!

6. Quando as lágrimas aparecerem. Aguente, sofra e ultrapasse. A única pessoa que fica conosco toda a nossa vida somos nós próprios. VIVA enquanto estiver vivo.

7. Rodeie-se das coisas que ama: Quer seja a família, animais, plantas, hobbies, o que quer que seja. O seu lar é o seu refugio.

8. Tome cuidado com a sua saúde: Se é boa, mantenha-a.. Se é instável, melhore-a. Se não consegue melhora-la , procure ajuda.

9. Não faça viagens de culpa. Faça uma viagem ao centro comercial, até a um país diferente, mas NÃO para onde haja culpa

10. Diga às pessoas que ama que as ama a cada oportunidade.